olhos que fogem dos olhos
materializados em cima do muro
talismã barato,
que serve como
promessa de cuidado,
que serve como
espelho de calango,
que só disso serve.
como o grito daquele senhor
que longe de qualquer rio
ecoa até as margens do bairro Ipiranga
liberdade!
de porte, retrocesso e de morte
e mais um corpo na beira do Arrudas.
é reflexo da queima do Judas
tanta gente encara o risco
do ricochete de tal intenção
de uma justiça em cada mão
e dentro dos olhos, chapisco.
como os olhos que fogem dos olhos
materializados em cima do muro
que faz os gatos calçarem botinas
e que só disso serve.
como se alguma vez, tivesse morrido
um intento de mal corrompido,
cortado, furado ou ferido
em cima de qualquer muro
com fileiras de punhal colorido.